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quarta-feira, 31 de março de 2010

Expressar amor é ser RIDÍCULO?!


Todas as Cartas de Amor são Ridículas
Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Caso queira escutar esse poema recitado pela cantora e intérprete Maria Betância, é só clicar no link http://www.youtube.com/watch?v=jTSlw9L_uSE e boa audição!!!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A quem dedico esse blog?


Caros leitores,
Vocês já se perguntaram sobre quem é o poeta? Fernando Pessoa (1888-1935), poeta português do início do século XX, escreve um poema intitulado Autopsicografia. Nele, o poeta se define. Após a leitura, convidamos vocês para falarem das suas leituras, falarem sobre poetas e poesias a fim de compartilharmos esse universo apaixonante dos versos. CURTA POESIA!!
Retrato de Fernando Pessoa, por Almada Negreiros

Autopsicografia
Fernando Pessoa.
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda,
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.