quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A necessidade de alcançar as estrelas!


Das utopias
Mário Quintana

Se as coisas são inatingiveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

Mais uma vez Mário Quintana nos apresenta uma visão simples, porém grandiosa das experiências e desejos humanos. Precisamos sempre não nos esquecer de que é preciso ter sonhos, mesmo que aparentemente irrealizáveis. E mesmo inatingíveis, alguns de nossos sonhos, o que seria de nós se não os tivéssemos? Para que, então, viver, se não há coisas pelas quais lutamos incansavelmente?



Boa reflexão!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Fotografia in: http://eternoimortal.blogspot.com/2009/05/guru.html

Se
Joseph Rudyard Kipling (Bombaim, Índia, 1865-1936, autor e poeta britânico)
Tradução de Guilherme de Almeida

Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
de crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, engandao, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar o coração, nervos, músculos, tudo,
a dar sejao o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos poes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


Canção
Cecília Meireles

Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.
Levou somente a palavra
deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.

Nunca niguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos também...