terça-feira, 13 de julho de 2010

Amor e morte!


Idealismo
Augusto dos Anjos

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibrita e da hetaíra,
de Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
- Alavanca desviada do seu fulcro -

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!

2 comentários:

  1. adorei, me traz a mim mesma
    parabéns pelo blog é muito importante que se de reconhecimento a esse trabalho de divulgaçãos dos grandes poetas da literatura nacional!

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