Profundamente
Manuel Bandeira
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da note despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
- Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Por que adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônia Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos?
- Estão dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
Manuel Bandeira
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da note despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
- Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Por que adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônia Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos?
- Estão dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
Fernando pessoa, um gênio. Belo poema. Um abraço. Karina
ResponderExcluirLindo poema! Mas... não é Fernando Pessoa; é Manuel Bandeira.
ResponderExcluirÓtimo blog, escrever é libertar a alma, encontrar-se com um mundo surpreendente, querer sempre mais; é estar sempre envolto pela matéria viva da arte. Meus parabéns! Seu blog é de excelente qualidade. Espero sua visita no meu: comosefossecronica.webnode.com.br, eu escrevo crônicas, versos e artigos de opinião, conto com sua visita... Abraços...
ResponderExcluirOlá, corrigindo, o poema é de Manuel Bandeira. Foi um erro de pensamento de tantos poetas em minha mente. Agradeço a correção!
ResponderExcluir