sábado, 23 de fevereiro de 2013

Saudades!


Recordo ainda...
Mário Quintana

Recordo ainda... E nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:

Eu quero meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

28 comentários:

  1. Amei sua casa, e passear pela magia das palavras e que nos faz sentir viva.
    Cléo
    http://moonligths.blogspot.com.br

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    1. Passando apenas para divulgar

      Com licença..

      http://poesianasuavida.blogspot.com.br/

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  2. Olá Boa Tarde!!!
    O blog "Cantinho da Ione" está oferecendo um lindo selinho à todos, pelo aniversário de minha cidade "Rio de Janeiro" que completou 1º de março - 446 anos de muitas conquistas,entre neste link para pegá-lo:
    http://gospelcantinhodaione.blogspot.com.br/2013/03/selino-carioca.html.

    Gostaria também de aproveitar e convidar Você à dar um voto na minha Poesia,ao lado esquerdo do site na enquete no nome(Ione Viana) é só entrar neste link: http://www.riosul2012.com/2013/02/a-primeira-mulher-ione-viana.html é uma gincana em homenagem ao dia Internacional da Mulher.Desde já agradeço o seu carinho e a sua atenção!!!
    Fique com Deus!!!
    grande abraço!!!
    Ione Viana

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  3. Esse Quintana que é sempre um melaço... que nos adoça a alma de primeiro.
    Beijinhos...

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  4. Lindo, lindo !!!

    Te convido a visitar o meu timido blog, também de poesias, todas minhas.


    http://gagopoetico.blogspot.com.br

    Grande abraço, fique com Deus !

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  5. Muito bom!!!

    Acabei de abrir meu blog de poesias feitos por mim, adoraria que pudesse ler algumas!!

    http://www.poetasingelo.blogspot.com

    Adorei seu blog!!

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  6. Olá!
    Estou visitando alguns blogs. Adorei as poesias do Mario Quintana que vc postou.
    beijokas

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  7. Perguntar-lhe-ei de poesia, peço-lhe que devolva a cortesia dum poema:

    POEMA CONTÍNUO

    Propõe ao medo um segredo
    Arranca-lhe a alma se puderes
    Vive o curto tempo de saber
    Por aqui, o resplendor é um bom augúrio.

    Aniquila-se o instinto
    Sobrepõem-se vontades e destinos
    Santo inaudito descobre a paciência e tolera-se
    Afora os ditos preceitos, resignar pela vontade sem a ter
    Enfim, uma plêiada de bons eruditos geraram este pensamento
    Aguardo um período de maior fulgor.

    Passa o primeiro tempo
    E o advento esquadrinha o terno cuidado
    Promessas, beijos e outros desejos
    Fulguram-se vontades e verdades

    Hediondo,porque não alcanço a fonética das coisas
    Um similitudinário de carácter,assim o defino
    Agiganta o passo,sem temer o embaraço
    Pois a cada dia que passo a expressão única de tentar
    É não deixar de amar.

    http://criticaseprosas.blogspot.com

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  8. Gostei muito de ler o seu blog, e também gostava de partilhar o meu... é recente , tem ainda pouca coisa, mas são textos meus que eu gostava de partilhar:
    clickbloge.blogspot.com

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  9. Olá, gostei dos Poemas de seu blog e desejo publicar alguns no meu blog..além de por também um link do seu blog no meu blog na área de parceria..me responda por email se der ou visite meu blog poemaeversos.blogspot

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  10. Oi, adorei o blog, os textos muito bacana mesmo.
    Abraços

    Wagner

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  11. Ola, adorei seu blog.. tenho de poesias e escritas, vou te seguir..

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  12. http://opoetadosapaixonados.blogspot.com.br/

    Visitem meu blog...cheio de poesia pra todos voces...

    abraços....

    Adorei seu blog

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  13. Olá, adorei seu blog... Estou começando a fazer um de poesias, tem algumas que eu escrevi. Se puder dê uma olhada! Abraço, Mariana.

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  14. Tríptico

    Não sei como dizer-te que minha voz te procura
    e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
    esplêndida e vasta.
    Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos
    se enchem de um brilho precioso
    e estremeces como um pensamento chegado. Quando,
    iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
    pelo pressentir de um tempo distante,
    e na terra crescida os homens entoam a vindima
    - eu não sei como dizer-te que cem ideias,
    dentro de mim, te procuram.
    Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
    ao lado do espaço
    e o coração é uma semente inventada
    em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
    tu arrebatas os caminhos da minha solidão
    como se toda a casa ardesse pousada na noite.
    - E então não sei o que dizer
    junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
    Quando as crianças acordam nas luas espantadas
    que às vezes se despenham no meio do tempo-
    não sei como dizer-te que a pureza,
    dentro de mim , te procura.
    Durante a primavera inteira aprendo
    os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
    correr do espaço -
    e penso que vou dizer algo cheio de razão,
    mas quando a sombra cai da curva sôfrega
    dos meus lábios, sinto que me faltam
    um girassol, uma pedra, uma ave - qualquer
    coisa extraordinária.
    Porque não sei dizer-te sem milagres
    que dentro de mim é o sol, o fruto,
    a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
    o amor,
    que te procuram.

    Herberto Hélder

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  15. BICICLETA

    Lá vai a bicicleta do poeta em direcção
    ao símbolo, por um dia de verão
    exemplar. De pulmões às costas e bico
    no ar, o poeta pernalta dá à pata
    nos pedais. Uma grande memória, os sinais
    dos dias sobrenaturais e a história
    secreta da bicicleta. O símbolo é simples.
    Os êmbolos do coração ao ritmo dos pedais –
    lá vai o poeta em direcção aos seus
    sinais. Dá á pata
    como os outros animais.

    O sol é branco, as flores legítimas, o amor
    confuso. A vida é para sempre tenebrosa.
    entre as rimas e o suor, aparece e
    desaparece uma rosa. No dia de verão
    violenta, a fantasia esquece. Entre
    o nascimento e a morte, o movimento da rosa
    floresce sabiamente. E a bicicleta ultrapassa
    o milagre. O poeta aperta o volante e derrapa
    no instante da graça.

    De pulmões às costas, a vida é para sempre
    tenebrosa. A pata do poeta
    mal ousa agora pedalar. No meio do ar
    distrai-se a flor perdida. A vida é curta.
    Puta de vida subdesenvolvida.
    O bico do poeta corre os pontos cardeais.
    O sol é branco, o campo plano, a morte
    certa. Não há sombra de sinais.
    E o poeta dá à pata como os outros animais.

    Se a noite cai agora sobre a rosa passada,
    e o dia de verão se recolhe
    ao seu nada, e a única direcção é a própria noite
    achada? De pulmões às costas, a vida
    é tenebrosa. Morte é transfiguração,
    pela imagem de uma rosa. E o poeta pernalta
    de rosa interior dá à pata nos pedais
    da confusão do amor.
    Pela noite secreta dos caminhos iguais,
    o poeta dá à pata como os outros animais.

    Se o sul é para trás e o norte é para o lado,
    é para sempre a morte.
    Agarrado ao volante e pulmões às costas
    como um pneu furado,
    o poeta pedala o coração transfigurado.
    Na memória mais antiga a direcção da morte
    é a mesma do amor. E o poeta,
    afinal mais mortal do que os outros animais,
    dá à pata nos pedais para um verão interior.

    Herberto Hélder


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  16. Se houvesse degraus na terra...

    Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
    eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
    No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
    E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
    e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.

    Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
    levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
    Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
    e a fímbria do mar, e o meio do mar,
    e vermelhas se volveram as asas da águia
    que desceu para beber,
    e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.

    Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
    Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
    Correram os rapazes à procura da espada,
    e as raparigas correram à procura da mantilha,
    e correram, correram as crianças à procura da maçã.

    Herberto Hélder

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  17. Súmula

    Minha cabeça estremece com todo o esquecimento.
    Eu procuro dizer como tudo é outra coisa.
    Falo, penso.
    Sonho sobre os tremendos ossos dos pés.
    É sempre outra coisa, uma
    só coisa coberta de nomes.
    E a morte passa de boca em boca
    com a leve saliva,
    com o terror que há sempre
    no fundo informulado de uma vida.

    Sei que os campos imaginam as suas
    próprias rosas.
    As pessoas imaginam os seus próprios campos
    de rosas. E às vezes estou na frente dos campos
    como se morresse;
    outras, como se agora somente
    eu pudesse acordar.

    Por vezes tudo se ilumina.
    Por vezes canta e sangra.
    Eu digo que ninguém se perdoa no tempo.
    Que a loucura tem espinhos como uma garganta.
    Eu digo: roda ao longe o outono,
    e o que é o outono?
    As pálpebras batem contra o grande dia masculino
    do pensamento.

    Deito coisas vivas e mortas no espírito da obra.
    Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas.

    - Era uma casa - como direi? - absoluta.

    Eu jogo, eu juro.
    Era uma casinfância.
    Sei como era uma casa louca.
    Eu metias as mãos na água: adormecia,
    relembrava.
    Os espelhos rachavam-se contra a nossa mocidade.

    Apalpo agora o girar das brutais,
    líricas rodas da vida.
    Há no esquecimento, ou na lembrança
    total das coisas,
    uma rosa como uma alta cabeça,
    um peixe como um movimento
    rápido e severo.
    Uma rosapeixe dentro da minha ideia
    desvairada.
    Há copos, garfos inebriados dentro de mim.
    - Porque o amor das coisas no seu
    tempo futuro
    é terrivelmente profundo, é suave,
    devastador.

    As cadeiras ardiam nos lugares.
    Minhas irmãs habitavam ao cimo do movimento
    como seres pasmados.
    Às vezes riam alto. Teciam-se
    em seu escuro terrífico.
    A menstruação sonhava podre dentro delas,
    à boca da noite.
    Cantava muito baixo.
    Parecia fluir.
    Rodear as mesas, as penumbras fulminadas.
    Chovia nas noites terrestres.
    Eu quero gritar paralém da loucura terrestre.
    - Era húmido, destilado, inspirado.
    Havia rigor. Oh, exemplo extremo.
    Havia uma essência de oficina.
    Uma matéria sensacional no segredo das fruteiras,
    com as suas maçãs centrípetas
    e as uvas pendidas sobre a maturidade.
    Havia a magnólia quente de um gato.
    Gato que entrava pelas mãos, ou magnólia
    que saía da mão para o rosto
    da mãe sombriamente pura.
    Ah, mãe louca à volta, sentadamente
    completa.
    As mãos tocavam por cima do ardor
    a carne como um pedaço extasiado.

    Era uma casabsoluta - como
    direi? - um
    sentimento onde algumas pessoas morreriam.
    Demência para sorrir elevadamente.
    Ter amoras, folhas verdes, espinhos
    com pequena treva por todos os cantos.
    Nome no espírito como uma rosapeixe.

    - Prefiro enlouquecer nos corredores arqueados
    agora nas palavras.
    Prefiro cantar nas varandas interiores.
    Porque havia escadas e mulheres que paravam
    minadas de inteligência.
    O corpo sem rosáceas, a linguagem
    para amar e ruminar.
    O leite cantante.

    Eu agora mergulho e ascendo como um copo.
    Trago para cima essa imagem de água interna.
    - Caneta do poema dissolvida no sentido
    primacial do poema.
    Ou o poema subindo pela caneta,
    atravessando seu próprio impulso,
    poema regressando.
    Tudo se levanta como um cravo,
    uma faca levantada.
    Tudo morre o seu nome noutro nome.

    Poema não saindo do poder da loucura.
    Poema como base inconcreta de criação.
    Ah, pensar com delicadeza,
    imaginar com ferocidade.
    Porque eu sou uma vida com furibunda
    melancolia,
    com furibunda concepção. Com
    alguma ironia furibunda.

    Sou uma devastação inteligente.
    Com malmequeres fabulosos.
    Ouro por cima.
    A madrugada ou a noite triste tocadas
    em trompete. Sou
    alguma coisa audível, sensível.
    Um movimento.
    Cadeira congeminando-se na bacia,
    feita o sentar-se.
    Ou flores bebendo a jarra.
    O silêncio estrutural das flores.
    E a mesa por baixo.
    A sonhar.

    Herberto Hélder

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  18. Adoro poesias desde pequena!

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  19. Passando apenas para divulgar

    Com licença..

    http://poesianasuavida.blogspot.com.br/

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  20. Gostei muito do blog

    Entre nesse aqui tbm!
    http://complexomundodemenina.blogspot.com.br/2013/09/nao-tenha-medo-do-novo_1.html?spref=tw

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  21. Adorei a poesia, como essas poesias fazem bem pra alma.

    Adoraria se pudesse visitar meu recente e singelo blog:
    http://leigopoeta.blogspot.com.br/

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  22. Amei o blog. As poesias são lindas.
    Gostaria de recomendar a todos que, assim como eu , amam poesia.
    E sabem que uma dose de poesia nunca é demais.
    Aí está o link visitem e deixem seus comentários lá.
    Desde já Obrigada !
    http://www.literaturamantes.blogspot.com.br/

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  23. MEMÓRIA
    Divino se diz
    Divino se faz
    No decorrer do tempo aguça muito mais
    Nas entrelinhas do tempo
    No afugentar do percurso
    Enobrece o brilho
    Enaltece o olhar
    Na linha imaginária do horizonte
    Ergue a mão nos folhetos jogados ao vento
    Busca a ternura e o olhar
    Selecionando alguma centelha pra te avivar
    A memória
    O coração
    Que às vezes se perdem no tempo tragando alguma ilusão
    Do virtuoso sem sedução
    Lapidando resíduos pra não magoar o coração

    Margarida Cabral

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