segunda-feira, 6 de julho de 2009

Em seu livro "Cantáteis: cantos elegíacos de amozade", o autor Chico César trata do ser poeta, do amor e do amar... São estrofes belas, no estilo original do autor. Seguem algumas estrofes para sentirmos, nesses versos populares, o espírito dos amantes, no qual todos nos enquadramos....

Estrife 36
toma este esparadrapo
que o cavaleiro guapo
já não tem mais cicatriz
cabra marcado com um xix
pra morrer de paixoneira
numa bela quinta-feira
logo depois do almoço
ora, a morte é um poço
um buraco infinito
de fundo falso esquisito
gozo lodo lasso fosso

73
há tortuosos caminhos
na roseira tem espinhos
no leite repousa a mosca
mas eu sei não é de rosca
a natureza do amor
o poder e o pudor
frutos da mesma maniva
tenho sede da saliva
que escorre de sua língua
não quero morrer à mingua
cantai dadivosa diva

84
amor, quando amor se acaba
reina o silêncio na taba
na guera o cessar-fogo
quando morre o jogador
assim é como o amor
terminal, rodoviário
parado parasitário
na beira da auto-estrada
feito a carniça sagrada
boiando no planetário

2 comentários:

  1. Interessante a música
    tem rimas e o cantor tenta passar sons dentro da música.
    Por: Renata 9ºG

    ResponderExcluir
  2. Muito bem, garotas. Mas, apesar de a letra ser de Chico César, não é uma música, mas um poema.
    Um abraço!

    ResponderExcluir